quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Londres em fotos

Passamos o fim de semana passado em Londres e preciso dizer que saí encantada com a cidade! A cidade tem toda uma atmosfera peculiar que, por mais que eu não seja lá muito fã de grandes capitais/centros turísticos, me cativou.

E vão aí umas fotos da smoke city ("cidade fumaça" - credo, que apelido mais feio pra uma cidade!)

Metrô de Londres
Me chamem de caipira, mas eu gosto muito de tirar fotos e comparar os metrôs das diferentes cidades. E o de Londres, além de enorme, tem cadeiras super confortáveis. A gente ficou com vontade de dormir lá mesmo e não pagar hospedagem! Mas aí lembramos que o metrô para de circular à meia-noite. :(


O metrô de Londres é um dos mais antigos do mundo, e uma das maiores linhas também. Só que você não se dá conta até olhar o mapa para procurar uma estação...

WTF?

Metrô de Londres, não gostamos de você!
Tem também as famosas cabines telefônicas de Londres:

Edu fazendo bico: "por que tirar uma foto tão clichê?"

Já eu gosto de fotos clichês!
Mas não adianta, que a nossa alegria foi... descobrir a embaixada da República Dominicana na mesma rua do nosso hostel. Podia ser quase uma da manhã, mas a gente desviou do nosso caminho para encontrar a bendita. Aleatoridades à parte, quando foi que você já viu uma embaixada da República Dominicana?


Toda alegre na frente da Embaixada da República Dominicana


Falar em vermelho... olha o ônibus aí!

Ônibus vermelho típico de Londres


Acho uma tristeza que todos esses ônibus estejam cheios de anúncios publicitários em todo lado. Quanta poluição visual! E assim vemos os estragos de Tatcher ainda nos dias de hoje...

Este ônibus se recusa a ser um outdoor ambulante.
E tem também as caixas de correios, praticamente inexistentes (passei a manhã inteira segurando esses postais), mas muito bonitinhas.

Turista + Postais + Caixa de Correios vintage = ♥

Algumas coisas que encontramos em lojas de Londres...

Uma loja de sabonetes de tudo quanto é tipo!
Nesse momento, o Edu estava apontando e me dizendo "olha, um queijo chèvre!". E realmente, parecia mais um queijo que um sabonete.

"Brasils" de chocolate ao leite
Achei isso fofo: da mesma maneira que eles chamam a castanha de caju de "cashews" (cajus) e você fica perdido quando quer se referir à fruta (até porque a fruta é brasileira e eles nem sabem de sua existência), chamam a castanha do pará de "brazils". E aí você pode devorar dez brasis de uma vez só, olha que poético!

Barra de chocolate de 1 kg :o
Pirulito gigante
Seriam esses os motivos do Reino Unido ser a nação mais obesa da Europa?

E, por fim, fotos de lugares que fomos e que vale a pena visitar!

Palácio de Buckingham
A.k.a casa da rainha. Não vimos a troca da guarda, não teve naquele dia. :( Mas os guardinhas cinza ainda estavam lá, simpáticos e fazendo movimentos exageradamente teatrais. Não deixa de ser fofo.

Like a star
Saindo de lá, a gente pega essa rua:


E acaba indo parar lá:


Realmente temos que tirar o chapéu para Londres no quesito mobilidade: em uma caminhada, você conhece todo o centro e os principais lugares turísticos. Tem mapa quase em toda esquina e é difícil de se perder. A gente é tipicamente tão perdido (eu não tenho senso de direção, o Edu é pior ainda) e nos achamos tão facilmente!

Big Ben

London Eye
Para quem não conhece Curitiba, tem um carinhoso apelido que seus moradores dão a ela: "a Londres brasileira". O tempo está nublado e/ou chuvoso em 90% dos dias, e quando está bonito e faz sol, sem uma nuvem no céu, em um intervalo de 10 minutos pode começar a chover tempestades.

Eu estava espantada com a capital londrina - afinal, meu primeiro dia de sol na Europa, depois de mais de três semanas, foi em Londres! Poderia a ideia do tempo horrível de Londres ser nada mais que um mito? Mas bem, aí descobri que não e matei um pouco a saudade do tempo curitibano...

London Eye - foto tirada 9 minutos e 48 segundos depois

Claro que precisou cair chuva, né. Mas cinco minutos depois o sol já quis sair de novo.

Londres - silhueta da cidade
Eu tinha muita vontade de andar no London Eye - esse negócio é enorme, tem 135 metros e era a maior roda gigante do mundo até 2008. E daí se, dois meses atrás, eu tive uma crise de retorno de meu medo de altura? E daí se o passeio pra nós dois ia custar 60 libras? É, eu sou teimosa e bati pé que queria ir na roda gigante. Lá fomos nós.
Ana feliz - mas tremendo nas bases - na altura mais baixa do passeio
Só que a roda começou a subir... subir... minha gente, aquilo não parava de subir! Estávamos numa altura que eu considerava além dos limites humanos e não tínhamos subido nem um quarto. E descobri que, pois é, recentemente voltei a ter medo de altura... :'(

A menos de um quarto da viagem
Lá, eu ainda conseguia andar e tirar fotos, ignorando que eu já não sentia minhas pernas. E aquele negócio andava muito devagar, volta e meia parava por alguns minutos... e eu lá, em pânico, já me despedindo da minha vida, porque né? Como a gente fica dramático quando afronta nossos grandes medos.

Mamãe, me tira daqui!!
No ponto mais alto - foto, é claro, tirada pelo Edu (porque Ana nem respirar mais conseguia)
Me senti em plena catarse, só que sem revelação nenhuma. Dramas à parte, 20 minutos depois, estávamos no chão, sãos e salvos. Se eu faria de novo? Com toda a certeza.

E, por fim: algo que valeu muito a pena ver em Londres foi a parada de ano novo chinês! Primeiro que eu nunca tinha ido a uma parada antes e fiquei toda encantada. Depois que realmente é cativante.

De acordo com o horóscopo chinês, esse ano é o ano do cavalo, o que significa que há de ser um ano bom para os nascidos em 1990. E esperanças de um bom ano nunca são demais.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Inglaterra: primeiras impressões

(que fique bem claro, o que escrevo aqui são tão-somente minhas impressões! Quem conhece bem o país, fique à vontade para discordar (e aproveitar e me dizer o porquê, sou curiosa))

1. They do it their way

(eles fazem as coisas do jeito deles)

Eles não têm medo de serem excêntricos. Pois vejam bem: a Inglaterra faz parte da União Europeia, mas não quis adotar o Euro. E não esqueçam que todo mundo dirige do lado esquerdo, o que faz que pedestres continentais perdidos nunca saibam pra que lado olhar ao atravessar a rua. (sério, isso é mais complicado do que parece)

A imigração é mais chata e fechada do que no resto da Europa. O Edu me disse que há alguns anos, ele às vezes vinha à Inglaterra a trabalho, e a imigração sempre parava todos os carros e ônibus sem exceção, pergunta a razão da viagem, verifica os passaportes e os vistos. O fato de não ser europeia dificulta bastante a entrada no país.

Além do mais, por ser uma ilha, fica naturalmente isolado de todo o resto da Europa.

2. Big brother is watching you!

(O Grande Irmão está vendo você)
"Deixa eu adivinhar... você vem de Londres?"

Estima-se que há 1 câmera para cada 11 cidadãos na Inglaterra, quase 6 milhões de câmeras de vigilância no país. Irreal! Os metrôs e ônibus são todos filmados de dentro (com tvs dentro dos ônibus que mostram em vários ângulos o que está sendo filmado), em vários lugares turísticos podíamos encontrar câmeras, e mesmo dentro de restaurantes.

Agora, achei muito bizarro de descobrir que mesmo as escadas de emergência do hostel em que ficamos são vigiadas pela CCTV, o notório sistema de circuito fechado de câmeras da cidade de Londres. É o fetiche deles ser vigiado o tempo todo ou o quê?

3. Eles não sabem cozinhar

 

É certo que estou certamente mal acostumada morando na França, em que se come muito bem... mas fato é que os ingleses estão longe de ser bons cozinheiros. Tem muita coisa gostosa e diferente para comer, mas em geral as coisas são menos deliciosas do que na França. Para dizer o mínimo, os doces, o pão e o queijo são realmente menos bons.

Isso sem contar que, toda vez que a gente via uma padaria com doces que pareciam apetitosos, ia olhar para o nome e... descobria que era uma boulangerie francesa! Tudo bem que comparar doces franceses com os ingleses é apelação, mas... eu esperava encontrar ao menos uma padaria inglesa que vendesse coisas diferentes e apetitosas.

4. I see all red

(Eu vejo tudo vermelho)

Esta é específica de Londres: como a cidade é vermelha! As cabines telefônicas são vermelhinhas, as caixas de correios são vermelhinhas, os ônibus são vermelhinhos. Devo dizer que realmente torna a cidade muito adorável, e é uma solução muito boa para tornar uma cidade turística: transformar tudo em vermelho.

Overdose de vermelho

5. Rivalidade com os franceses

 

Parece um tipo de esporte nacional deles: detestar tudo que os lembre da França.

Os ingleses e franceses têm uma rivalidade não diferente da dos brasileiros e argentinos. Só que eles têm muito mais histórias de guerras e conflitos que nós jamais tivemos.

No mais, posso dizer que gostei muito do pouco que conheci da Inglaterra... mas, obviamente, a França é muito melhor. ☺

Londres de ônibus!

Não vou mentir: minha adaptação ao meu novo país não tem sido fácil. Nada de grave, simplesmente mudanças tão grandes podem levar um tempo para se habituar. Volta e meia esqueço que não estou no Brasil, que aqui sou estrangeira e que nem sempre consigo entender ou me fazer entender aos franceses.

Aí me surgiu essa vontade enorme e inexplicável de conhecer a Inglaterra e fugir por um fim de semana para Londres. Depois acabei percebendo que é provavelmente por conta da minha dificuldade com o francês: eu tinha vontade de fugir um pouco e ir para um lugar onde eu pudesse me sentir mais à vontade com a língua. 

Londres fica super perto de Lille: de trem, em 1h20 se chega lá. O problema é que eu esqueci que eu sou uma estudante desempregada e pobre, e os trens para Londres custam muito caro. Fica 100 euros por pessoa só a ida, o que faria as passagens de ida e volta pra nós dois 400 euros! Haja budget para isso...

E aí decidimos ir de ônibus, com um preço muito mais modesto de 39 euros que compensa uma viagem de quase 6 horas.

Mas gente, a distância de Londres e Lille é 250 quilômetros... por que 6 horas de viagem?!

E aí descobrimos que a viagem à Inglaterra da França é cheia de melindres:

  • Primeiro, tem o controle aduaneiro francês, que nos fez sair com todas as nossas malas para verificar o que estamos levando embora do país (hein? A alfândega não é para verificar o que entra no país? Esses franceses são meio doidos...).
  •  Segundo, tem a imigração inglesa. Eles são bem chatinhos com isso, fizeram todo mundo sair, dizer por que está vindo no país, quanto tempo vai ficar... e, como eu não sou europeia, me fizeram preencher um formulário e carimbaram meu passaporte.
    (Às vezes eu esqueço que na Europa não é um único país, e que eles podem ser tão chatos e rigorosos quanto quiserem para nos deixar entrar em um outro país. Quanto fomos à Bélgica, não teve controle nenhum)
  • Terceiro, a gente tem que pegar um trem subterrâneo para passar o Canal da Mancha. Aí tem o problema de a imigração/aduaneira levar mais tempo que o esperado, eventualmente perder o trem e ter que esperar o próximo. (Na volta, fizemos uma "pausa" de 50 minutos para esperar o próximo trem!) 
Eurotunnel
A gente pega o trem de ônibus: ele entra no trem e a gente passa 45 minutos de viagem lá, atravessando o mar por baixo da terra. Até que é divertido.

Explorando o trem de dentro
O engraçado é que, por conta de todas essas paradas e descidas do ônibus, a viagem parece até que curta. Isso sem contar que o ônibus francês por dentro parece mais com um avião do que com um ônibus brasileiro! Tá, não vamos exagerar, mas ainda assim: tem mais espaço entre os bancos, mesinha atrás do banco, estilo "mesinha de avião", tomada e wi-fi (em teoria, já que pra gente não funcionou), e uma tela que mostra o trajeto e a a viagem filmada da frente do ônibus.

Resumindo: viajar de ônibus por aqui compensa sim, é muito mais barato e bem confortável, apesar de levar mais tempo.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...